Sofia Alves vive suspense inspirado em Hitchcock

Após ter protagonizado 'Flor do Mar', a actriz regressa ainda neste ano à TVI para assumir o papel principal de '37', minissérie de suspense e terror da autoria de Rui Vilhena.
É já na próxima semana que arrancam as gravações dos seis episódios de ‘37’, escritos por Rui Vilhena, com Sofia Alves como protagonista. A história conta ainda com Pedro Granger, Pedro Carmo e Cucha Carvalheiro, num pequeno elenco de dez personagens. Esta é a primeira das três minisséries que a TVI e a Plural estão a preparar. Cada uma delas tem um autor diferente e será exibida em seis episódios.
Rui Vilhena deixa antever à Correio TV algumas revelações sobre o papel de Sofia Alves como protagonista, na pele de Helena, em ‘37’. “A personagem da Sofia é diferente do que nos habituámos a ver nas novelas clássicas. Helena é uma portuguesa que regressa dos Estados Unidos da América após ter terminado os estudos de mestrado. Ela é uma mulher que viveu mais de dez anos nos EUA, que se torna reconhecida lá fora e que, inclusive, ganha alguns prémios. Então é convidada para vir desenvolver em Portugal os seus métodos de trabalho. Ela aceita o convite e acaba por deixar os Estados Unidos para voltar ao seu país e reconstruir algo aqui”, adianta o autor.
O papel de Helena não está relacionado com os casos de emigrantes que se vêem obrigados a aceitar qualquer trabalho para sobreviver num país distante mas sim de uma mulher bem-sucedida que o país de origem convida a voltar com grandes honrarias. De facto, ao começar a trabalhar em Portugal, a personagem de Sofia Alves fará um tipo de trabalho pioneiro aqui mas que ela iniciara nos Estados Unidos. Contudo, o trabalho de Helena não está ligado à área da investigação criminal. A protagonista, explica o autor, “vê-se subitamente envolvida na situação dos assassínios, porque tem um relacionamento antigo com o suspeito dos crimes e tenta ajudá-lo”. O papel de suspeito em ‘37’ cabe a Pedro Carmo, actor que em ‘Equador’ interpretava o major Benjamim das Neves, do núcleo de São Tomé. Por sua vez, neste enredo, Cucha Carvalheiro assume um papel, num lugar de chefia, diferente da caseira e sofredora Mercês, tia dos irmãos desavindos Gaspar (Rogério Samora) e Eduardo (Nuno Homem de Sá), na novela ‘Flor do Mar’, que está a chegar ao fim na TVI.
Nesta minissérie, Rui Vilhena concretiza, como confessou à Correio TV, o seu “sonho de criar uma história inspirada no estilo de Alfred Hitchcock”. O argumentista salienta: “O enredo é muito construído em cima dos filmes de Hitchcok. Sou grande admirador dele e há muito tempo que alimentava o sonho de fazer um ‘thriller’.” Rui Vilhena revela ainda, a propósito: “Também efectuei pesquisas em filmes de terror e suspense, do tipo ‘Shinning’ [Stanley Kubrick] e ‘Sexta-Feira, 13’ [Sean Cunningham]. A série segue essa linha e gira à volta de assassínios que acontecem numa universidade. Há um serial killer (assassino em série) e há sempre uma pessoa que morre em cada episódio.”
“É mais fácil agarrar o público com uma história de seis episódios do que com uma série mais longa”, argumenta Rui Vilhena, que entregou nesta semana à TVI e à produtora, a Plural, os últimos episódios desta minissérie. O argumentista recorda à Correio TV “a satisfação” que sentiu quando a produtora Plural o contactou e convidou para escrever um thriller. E revela: “Está tudo a correr bem. Eu gostava muito de trabalhar com o José Eduardo Moniz. Ele abriu uma porta na ficção e cabe a nós avançarmos e fazermos o melhor. Esse é o desafio. Dou-me bem com a nova equipa da estação, até porque sou uma pessoa fácil e, para mim, está tudo bem.”
O suspense vai ser uma constante em ‘37’ e Rui Vilhena antecipa um pouco do que espera o telespectador: “O mistério marca todos os episódios. Há, por exemplo, os décors gravados na universidade, com corredores enormes por onde a personagem da Sofia Alves caminha sozinha, deixando-nos muito assustados com a perspectiva de que o assassino possa aparecer a qualquer momento. Aliás, nesta série estamos constantemente à espera de apanhar um susto. O suspense está sempre presente”, revela Rui Vilhena. “A série ‘37’ não é um típico ‘quem matou?’, aquela ‘cena’ em que há um crime e tudo gira à volta de se descobrir quem foi. É óbvio que há um thriller e qualquer das personagens pode ser o serial killer. Mas nada é o que parece na história. O próprio nome, ‘37’, encerra em si um segredo”, acrescenta o autor.
O mistério e as cenas de intensa carga psicológica são, aliás, um expoente comum nas obras de Rui Vilhena. Isso foi o que vimos ainda neste ano nos mais recentes trabalhos do argumentista, a série ‘Equador’ e a novela ‘Olhos nos Olhos’, ambas da TVI. Curiosamente, Pedro Granger, que foi o pilar do enredo de ‘Olhos nos Olhos’, no papel de Bernardo (homossexual que morre no primeiro episódio, vítima da derrocada de um prédio atingido por um ciclone, deixando uma filha de quem ninguém tinha conhecimento), volta a integrar, em ‘37’, o elenco da nova história de Rui Vilhena. Mas desta vez não vai ser o herói. Concluído o guião da minissérie, Rui Vilhena prepara-se para escrever em breve o argumento da nova telenovela da TVI para 2010, com o nome provisório de ‘Orgulho’ e protagonizada por Fernanda Serrano, que está já a preparar o seu regresso à televisão, com o início das gravações ainda neste ano. Pedro Granger volta a ser escolhido para o elenco deste formato do mesmo argumentista e, mais uma vez, num registo distinto do herói romântico. Integram ainda o elenco Helena Isabel e Marcantonio Del Carlo.

CM