Com uma "décalage" entre o início da rodagem e o arranque na TV, "Perfeito coração" chega por fim à antena da SIC, dia 17, mas não diariamente. Sandra Barata Belo e Ricardo Pereira protagonizam a história de amor à moda antiga.
No sumptuoso Palácio de Seteais, em Sintra, com uma magnífica paisagem bucólica como pano de fundo, toda a equipa se reuniu para apresentar, de forma bastante peculiar, a intriga. O momento preservado na gaveta até ontem, foi deixando transpirar uma ideia que ficou no ouvido: "Trata-se da maior história de amor desde 'Romeu e Julieta'".
Pretensiosismo, ou não, em virtude do que se foi assistindo, saltou à vista uma premissa que se veio a confirmar: trata-se de uma história de amor e afectos que não se esgota na dinâmica dos papéis de maior destaque, sendo extensível aos vários núcleos que sustentam o enredo. Do proibido, ao fraternal, de triângulos relacionais, a vidas duplas e traições, o fio condutor é um só: o amor.
Jorge Marecos, da SP Televisão, destacou "a capacidade comunicativa de dimensão popular" que a novela comporta, ainda que não se reduza a esta esfera, elogiando os actores por terem suportado "a ansiedade derivada "do desfezamento entre gravações e estreia".
Nuno Santos, director de Programas da SIC, não obstante a primeira palavra que proferiu ter sido "confiança", anunciou ter decidido que "Perfeito coração", pelo menos, numa primeira fase, "só vá para o ar aos fins-de-semana". Porém, acrescentou: "É um ponto de partida e não de chegada. Tendo em consideração o actual panorama optámos por dar um passo seguro".
O autor Pedro Lopes, coordenador dos guionistas da SP, assegurou que a escrita deste argumento "representa um sonho cumprido", elucidando o propósito da reinvenção pela positiva de um tema omnipresente neste tipo de conteúdos. "Queremos levar o público a ter esperança", frisou.
Contudo, "Perfeito coração", não olvida temas fracturantes. Deficiência motora, ou fertilização, constituem alguns dos exemplos. Revisitam-se, pois, questões eternas, como uma relação impossível entre "Pedro" e "Leonor" pelo hiato entre estatutos sociais, enquadrando-as num contexto contemporâneo. Sandra, sublinhou a qualidade de 'Perfeito coração'", além do trabalho e empenho de todos". Já Ricardo salientou a vertente de proximidade ao real que potencia a "identificação dos espectadores". O actor, em jeito de remate, evocou outra mais-valia: "Até os olhares têm conteúdo".
JN
Sem comentários:
Enviar um comentário